Histórico

IPESC – HISTÓRIA E AÇÕES

Criado em 23 de maio de 1989, pela Fundação Universidade Regional do Cariri – URCA, o IPESC se destina aos estudos da história e das manifestações socioculturais e religiosas do Cariri cearense, bem como à disseminação do conhecimento acerca da região nos mais diversos espaços acadêmicos e sociais. Sediado em Juazeiro do Norte, Ceará, o IPESC é vinculado, atualmente, à Pró-reitoria de Extensão da URCA.

O IPESC tem como Patrono José Joaquim Telles Marrocos. Nascido na cidade do Crato, no dia 26 de novembro de 1842, José Marrocos foi uma das mais importantes personalidades da região do Cariri e do Ceará. Abolicionista, jornalista, educador e intelectual. Primo do Padre Cícero Romão Batista, José Marrocos foi um grande defensor do milagre da hóstia, ocorrido em 1889, na capela de Nossa Senhora das Dores, em Juazeiro do Norte. Faleceu, em 14 de agosto de 1910.

Ao longo dos seus 35 anos de existência, o IPESC realizou diversas ações e eventos. Atuando em diferentes áreas, o Instituto José Marrocos organizou debates, conferências, seminários e simpósios, destacando-se as seis edições do Simpósio Internacional sobre o fenômeno religioso em torno do Padre Cícero Romão Batista, da Beata Maria de Araújo e das romarias de Juazeiro do Norte.

O Instituto José Marrocos, sobretudo nos anos de 1990, teve uma forte e importante atuação no desenvolvimento de pesquisas acadêmicas sobre o Cariri, especificamente sobre Juazeiro do Norte, o Padre Cícero e as Romarias. Importante também destacar que, durante seus 35 anos, o IPESC tem servido apoio para muitos pesquisadores que se debruçaram a estudar a região do Cariri nos seus mais diversos aspectos socioculturais.

Destaca-se também a realização de publicações através das Edições IPESC, tais como: Livros: As virtudes do Padre Cícero, do Padre Neri Feitosa; Os ensinos de História nas escolas de 1º e 2º Graus no Cariri, do Prof. Peterus Antonio Tegenbosch; Padre Cícero e o poder da comunicação, de Jota Alcides; As Beatas do Padre Cícero, da Profa. Renata Marinho, dentre outros.

Desenvolveu, ainda, importantes projetos, sendo o mais importante a formação do núcleo de história oral do Juazeiro, no qual foram entrevistadas personalidades que presenciaram e participaram da história da cidade. Mesmo não tendo sido concluído, devido a questões financeiras, esse projeto produziu um acervo de fitas de vídeo com as pessoas entrevistadas, as quais ainda fazem parte do acervo do IPESC.

Durante esse período o IPESC manteve um informativo chamado Resenha IPESC, no qual noticiava sobre suas atividades, os acervos recebidos, os eventos culturais e acadêmicos realizados na região, pesquisadores que visitavam o Instituto etc.

Organizou exposições, dentre as quais se destacam: Exposição Xerográfica de Jornais do Juazeiro; Exposição fotográfica de Juazeiro Antigo; Exposição Memória do Folclore Barbalhense (como colaborador).

Nesses 35 anos, o Instituto funcionou nos seguintes espaços: Biblioteca Luiz Maia, Hemeroteca Alencar Peixoto, Cordelteca José Boaventura da Silva, Videoteca Benjamim Abrão, Fonoteca Coelho Alves, Arquivo fotográfico, Arquivo Histórico Raimundo Gomes de Figueiredo e Arquivo Fotográfico Raimundo Oliveira Gonçalves. Esse nomadismo fez com que o Instituto fosse enfraquecido, fazendo com que o mesmo passasse uma temporada sem funcionar (1997 – 2005).

Em 2006, sob a direção da Profa. Ana Christina Farias de Carvalho, teve início a revitalização do Instituto, como recuperação, levantamento, catalogação e informatização do acervo. Porém, este trabalho novamente foi paralisado, sendo retomado, em 2009 com um novo desafio: organizar, limpar e catalogar mais de dez mil livros, revistas, periódicos das mais diferentes áreas do conhecimento e, muitos, com edição do século XIX e XX, portanto, importantíssimas como fontes de pesquisa. Importante destacar o rico acervo do IPESC: coleção de jornais da região, recortes de jornais, fitas de vídeo, documentos sobre os Simpósios realizados, documentos sobre a URCA, fitas cassete sobre do I Simpósio Internacional do Padre Cícero e uma considerável biblioteca.

Em 2010, centenário de morte do seu patrono José Marrocos, o IPESC organizou em parceria com a Prefeitura Municipal do Juazeiro e a Escola de Ensino Fundamental José Marrocos uma série de atividades em alusão a data, destacando-se: Mesa Redonda sobre atuação de José Marrocos na região do Cariri, tendo como palestrante a professora Luitgard Barros autora do livro: Juazeiro do Norte: a terra da mãe de Deus; Exposição e Minicurso sobre o referido personagem durante duas semanas na sede do IPESC, sendo visitada por mais de novecentos alunos da rede pública e particular do Município de Juazeiro. Vale salientar que nesse evento os alunos e professores realizaram oficinas de xilogravuras e de leituras de cartas escrita pelo jornalista e do Padre Cícero sobre os chamados milagres da beata Maria de Araújo. Foram realizadas, ainda, palestras e minicursos em escolas de Juazeiro do Norte sobre a seguintes temática: “O imaginário sobre a Colina do Horto” e “A contribuição dos afrodescendentes na região do Cariri.”

Nos anos de 2008 a 2011, o IPESC representou a Universidade Regional do Cariri – URCA no Conselho Municipal de Educação de Juazeiro do Norte e no Conselho de Cultura da mesma cidade, contribuindo de forma significativa para a reorganização e reestruturação dos mesmos no Município.

No ano de 2014, o Instituto José Marrocos fez parte da Comissão de Organização dos centenários da Guerra de 14, morte da Beata Maria de Araújo, elevação de Juazeiro Norte a Cidade e criação da Comarca do Juazeiro.

Projetos desenvolvidos, nesse período:

*Oficina de História local;
*Oficinas de História Oral;
*“Bem-ditos” (em parceria com a Secretaria de Cultura e Romarias do Juazeiro do Norte) entre outros.
*Pesquisa: O IPESC e sua importância na pesquisa e produção acadêmico sobre Padre Cícero Romão Batista.

Em 2021, em plena pandemia da Covid-19, o IPESC, em parceria com a UFCA,UECE, UVA, UNILAB e outras instituições e laboratórios de pesquisa, realizou de forma totalmente online o I Simpósio Internacional sobre Culturas e Literaturas Populares, que contou com a participação do renomado historiador francês Roger Chartier por ocasião da conferência de abertura, e o multiartista Antônio Nóbrega, no encerramento. Foram realizadas diversas mesas redondas, GTs, exibição de vídeos etc. Esse Simpósio foi marcado por uma rica discussão acerca das culturas e literaturas populares, sobretudo da região do Cariri e do Ceará.

Também durante a pandemia foi desenvolvido o projeto O projeto Diálogos sobre a História e a Cultura do Cariri. Com o objetivo principal propiciar aos estudantes, professores, pesquisadores e público em geral o conhecimento e debate acerca de temas relevantes para a história e a cultura do Cariri, foram realizadas 20 lives com pesquisadores de diversas instituições acadêmicas. Essas lives estão disponíveis nos canais da URCA e IPESC-URCA, no Youtube.

Em 2023, o IPESC realizou, de forma presencial e online, o VI Simpósio Internacional Padre Cícero e o I Simpósio Internacional sobre Religiões e Espiritualidades. Realizados de forma conjunta, os dois Simpósios constituíram um marco importante na ampliação dos debates acerca dos fenômenos religiosos no Cariri e Nordeste. Durante cinco dias (17 a 23 de março), pesquisadores e pesquisadoras de vários estados do Brasil e de outros países debateram com a assembleia presente diversos temas relacionados ao mundo religioso e espiritual do Nordeste brasileiro. Foi uma experiência bastante enriquecedora, que abriu novos horizontes para pesquisas e diálogos sobre as mais diversas experiências religiosas.