Artigo científico destaca potencial de sequestro de carbono em praças do Cariri

3 de junho de 2024 - 23:09

Como parte da dissertação de mestrado da aluna Maria Amanda Nobre Lisboa, do Programa de Pós-Graduação em Diversidade Biológica e Recursos Naturais (PPGDR/URCA), foi publicado recentemente no periódico Trees, Forests and People (Fator de Impacto 2.7) o artigo intitulado: Diversity, structure, and carbon sequestration potential of the woody flora of urban squares in the Brazilian semiarid region (Diversidade, estrutura e potencial de sequestro de carbono da flora lenhosa de praças urbanas na região semiárida brasileira). A aluna, que assina o trabalho como primeira autora, é orientada pelo Dr. João Tavares Calixto Júnior, Coordenador Adjunto do Programa e Coordenador do Laboratório de Estudos da Flora Regional do Cariri (LEFLORE/URCA).
A pesquisa apresenta uma abordagem pioneira e crucial para o planejamento de áreas verdes urbanas em municípios do interior do Nordeste brasileiro, destacando a influência das árvores nos indicadores ambientais. Foram estudadas seis praças nos municípios de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha, do período de abril de 2023 a março de 2024.
Destaque da Sé
Dentre as praças pesquisadas, a Praça da Sé, em Crato, se destacou como notável sumidouro de carbono, armazenando considerável quantidade de carbono na biomassa (193,25 toneladas) e sequestrando uma significativa quantidade de CO2 (709,24 toneladas). Análises proporcionais revelaram que, apesar de tamanhos menores, algumas praças desempenham papel significativo no contexto urbano em termos de biomassa vegetal e capacidade de sequestro de carbono. A inclusão estratégica de pequenas áreas verdes densamente arborizadas pode ser uma ferramenta poderosa para aumentar a resiliência ecológica nessas cidades. 
A pesquisa aponta que ao se planejar a arborização de espaços verdes na região analisada é necessário priorizar plantio e manejo de espécies como: Enterolobium contortisiliquum (Timbaúba), Microdesmia rigida (Oiti), Handroanthus impetiginosus (Ipê roxo), Sarcomphalus undulatus (Juazeiro) e Schinus terebinthifolia (Aroeira da praia), respeitando-se os locais de plantio e a estrutura urbana adjacente. Essas espécies demonstraram significativo potencial para armazenar carbono e absorver CO2, contribuindo para a promoção de maior equilíbrio no ecossistema urbano. 
Os resultados da pesquisa ressaltam ainda a importância da seleção de espécies, maturidade das árvores e práticas de manejo, enfatizando a necessidade de priorizar a qualidade e funcionalidade ecológica das árvores, além de sua quantidade. O estudo apontou que estes espaços, embora sejam relativamente pequenos em extensão, podem atuar como importantes sumidouros de carbono e enriquecimento da biodiversidade, contribuindo para a formação de um mosaico ecológico urbano diversificado e sustentável.
O artigo pode ser consultado por meio do link abaixo: 
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2666719324000682