Pesquisadores da URCA anunciam novo achado fóssil de planta com 120 milhões anos

28 de agosto de 2023 - 11:32

Realizado na manhã desta quarta-feira, 5, o anúncio de nova espécie de planta fóssil, que representa um achado significativo na região da Chapada do Araripe. O material tem cerca de 120 milhões de anos e recebeu a denominação científica de Arlenea delicata, em homenagem a professora da URCA, Dra. Maria Arlene Pessoa da Silva, do Departamento de Ciências Biológicas. Na ocasião, estiveram presentes os autores do artigo que descreve o novo achado, que abordaram questões relacionadas às peculiaridades da planta. O evento aconteceu no auditório do Geopark Araripe, em Crato.

Na ocasião, professora Arlene Pessoa participou de forma online. O coordenador do Laboratório de Paleontologia da Universidade Regional do Cariri, Professor Álamo Feitosa Saraiva, destacou a importância da pesquisadora na área de botânica, da sensibilidade e a contribuição que manteve durante muitos anos como docente da URCA. Ela ainda foi homenageada pelo Pró-reitor de Planejamento e Avaliação, Marivando Barros, e a diretora de Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Sirleis Rodrigues Lacerda, que enfatizou a relevância da homenagem a uma grande professora, que merece o reconhecimento pelo seu trabalho na universidade. “Que bom que podemos homenageá-la em vida”, disse.

Durante o lançamento estiveram presentes estudantes e professores do curso de Ciências Biológicas, do Laboratório de Paleontologia e pesquisadores da área. A Professora Dra. Flaviana Lima, que também assina o artigo, ressaltou o merecimento da docente e entregou o quadro com a reprodução da espécie que homenageia a docente. Também assinam o artigo Alita M. N. Ribeiro, Yong Yang, Álamo. F. Saraiva, Renan A. M. Bantim, João Calixto Junior.

 

Achado significativo

A nova espécie de planta fóssil representa um achado significativo na região da Chapada do Araripe, onde registros geológicos preservaram restos desse exemplar botânico ancestral. Surpreendentemente, os pesquisadores identificaram características semelhantes às da efedra, planta reconhecida por seu uso terapêutico e medicinal na China por milênios.

Essa descoberta única oferece insights valiosos sobre a evolução das plantas gimnospermas e seu alcance geográfico no passado distante. “Ela reforça a interconexão histórica entre a região da Chapada do Araripe e a China, revelando evidências de uma possível relação evolutiva entre as espécies de Ephedraceae encontradas em ambos os locais. A presença desse fóssil ressalta a importância de compreendermos a diversidade biológica da flora do passado”, afirma a professora Dra. Flaviana Lima, do Centro Acadêmico de Vitória da Universidade Federal de Pernambuco.

A pesquisa, publicada no dia 30 de junho no periódico científico internacional Plant Diversity, resultou de uma colaboração entre pesquisadores da Universidade Regional do Cariri (URCA), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da Nanjing Forestry University, na China. Através da análise minuciosa de amostras fósseis coletadas na Formação Crato, na Bacia do Araripe, os cientistas identificaram uma nova espécie de planta fóssil da família Ephedraceae, denominada Arlenea delicata.

O gênero Arlenea recebeu esse nome em homenagem à renomada botânica e professora da URCA, Dra. Maria Arlene Pessoa da Silva, cujo trabalho incansável na pesquisa e proteção da flora da Chapada do Araripe é amplamente reconhecido. O epíteto “delicata” foi escolhido para destacar os delicados ramos que sustentam as estruturas reprodutivas terminais dessa planta fóssil. Os exemplares fósseis utilizados nessa pesquisa estão sob a guarda do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, em Santana do Cariri, Ceará.