Fóssil raro é devolvido da Irlanda do Norte para o Museu de Paleontologia da URCA

17 de setembro de 2025 - 17:18


Mais uma importante conquista foi registrada com a devolução de um fóssil de grande valor científico, da Irlanda do Norte, o Mesoproctus rowlandi, ao seu lugar de origem, a Bacia do Araripe. O material foi entregue oficialmente no último dia 12, a autoridades científicas e institucionais do Brasil, e fará parte do acervo do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, da Universidade Regional do Cariri (URCA).

A repatriação ocorreu com a ação coordenada pelo Ministério das Relações Exteriores, o Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens e o Geopark Araripe, com apoio da Procuradoria-Geral da República e colaboração do Serviço Geológico do Reino Unido, do Geopark Mundial da UNESCO Cuilcagh Lakelands e do Governo do Estado do Ceará.

O fóssil, considerado de grande valor científico, estava no Museu de Ulster, desde 1996. O holótipo da espécie Mesoproctus rowlandi Dunlop, 1998, é proveniente da Formação Crato, região reconhecida internacionalmente pelo Geopark Araripe. O material é protegido através de lei no Brasil, além da convenção da Unesco, sobre medidas voltadas à proibição de importação, exportação, e a transferência de propriedade ilícita de bens culturais.

A peça é um holótipo, espécime único utilizado como referência para a descrição e nomeação de uma nova espécie, servindo como padrão científico para identificação e comparação com outros fósseis ou organismos. O material representa um grupo extremamente raro no registro fóssil, com apenas 12 espécies descritas e pouco mais de 120 espécies viventes conhecidas atualmente.

Protagonismo

É importante destacar o protagonismo que o Ceará tem registrado nos últimos anos, com o trabalho coordenado do Governo Federal, Governo do Estado, por meio se suas instituições, para garantir a devolução desse patrimônio. O trabalho tem sido contínuo e com importantes resultados conquistados.

Recentemente, cerca de 50 peças de fósseis repatriados da França foram doados pelo Museu de Paleontologia ao Museu Nacional. O material foi resultado da maior repatriação de fósseis já registrada no Brasil, de 998 peças e cerca de 2,5 toneladas. E diversas outras repatriações já foram registradas, com fósseis provindos de países como Alemanha e Itália, graças ao trabalho integrado das instituições brasileiras em conjunto com as embaixadas dos países europeus e dos Estados Unidos.