Seminários debatem gerenciamento de unidades e educação ambiental no Cariri
21 de novembro de 2017 - 16:34
Com a presença de autoridades ambientais da região do Cariri e do Estado do Ceará, foi aberto, na manhã desta terça-feira, no auditório da sede administrativa do Geopark Araripe, em Crato, o II Seminário de Educação Ambiental das Unidades de Conservação da Chapada do Araripe e I Seminário de Gestão de Unidades de Conservação do Território do Geopark. O evento será realizado até o próximo dia 23, com palestras, grupos de trabalho e debates.
O Secretário de Meio Ambiente do Estado do Ceará, Artur Bruno, esteve presente na abertura dos trabalhos, juntamente com o Reitor da Universidade Regional do Cariri (URCA), Professor Patrício Melo. Novos investimentos para área de conservação do Parque Estadual do Sítio Fundão, inserido no território do Geopark, foram anunciados, voltados à melhorias no local, com cerca de R$ 300 mil previstos para recuperar o antigo moinho de tração animal, com engenho de madeira, além da construção de uma sede administrativa.
Mosaico de unidades
Durante o seminário, estará sendo apresentado o mosaico de unidades de conservação (UC) que é um modelo de gestão que busca a participação, integração e envolvimento dos gestores de UC e da população local no processo administrativo dessas áreas, no intuito de compatibilizar a presença da biodiversidade, a valorização da sociodiversidade e o desenvolvimento sustentável no contexto regional. O reconhecimento de um mosaico se dá quando existir um conjunto de UC próximas, justapostas ou sobrepostas, pertencentes a diferentes esferas de governo ou não.
Segundo o Reitor da URCA, Professor Patrício Melo, são cerca de nove unidades de conservação em cidades do Cariri como Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha, Missão Velha e Santana do Cariri e isso, conforme ele, não é pouca coisa, além de mais três anunciadas. Em Juazeiro do Norte, no Parque das Timbaúbas, a mais recente, e o Crato, que está trabalhando duas unidades de conservação, uma delas no Caldeirão da Santa Cruz.
Integração
Em relação a sua apresentação, o Reitor tratou de um projeto iniciado em 2006, que foi a criação de quatro monumentos naturais ligados ao Geopark Araripe, sob a gestão do Governo do Estado e da URCA, que precisa de apoio governamental, para fazer gestão dessas Unidades. Conforme ele, esse é grande desafio, porque a unidade restringe a utilização e exige um trabalho de promoção do uso. “É fundamental que se busque compreender e se integrar às ações de gestão dessas unidades, algo estratégico. No tempo em que a Constituição Federal está sendo atacada naquilo que defende os direitos humanos, e a proteção das garantias constitucionais, não podemos cruzar os braços, mas ficar atentos para participar, a exemplo da inserção nos conselhos consultivos e movimentos por meio das organizações não governamentais”, disse.
Gestão colegiada
Segundo o secretário Artur Bruno, o Cariri tem um grande potencial para preservação de unidades de conservação, e as prefeituras, unidades e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) têm feito o seu trabalho, na gestão das unidades federais. Ele disse que a secretaria viu a necessidade de uma parceria mais próxima entre as entidades federais e estaduais, além das secretarias municipais e meio ambiente. “A ideia é estreitar mais e fazer uma gestão colegiada, criando um mosaico, que é um coletivo de unidades de conservação, com a gestão colegiada, priorizando educação ambiental. Precisamos mudar a cultura, o comportamento e a visão das pessoas em relação aos bens naturais.
Sítio Fundão: melhorias em 2018
Um encontro com os principais atores da área ambiental, diz Artur Bruno, só fortalece a ideia de que realmente pode conservar melhor os bens naturais do Cariri e sobretudo do geoparque, que é um patrimônio da região e do Estado. Em relação a um dos espaços de conservação, como a unidade do sítio Fundão, transformado em Parque Estadual, Artur Bruno ressalta que desde que assumiu a secretaria, já foram realizadas algumas melhorias no local, como reforma na casa de taipa de dois andares, além de aprovação de investimentos para a instalação de uma sede no Parque, porque há necessidade, e a casa de taipa não comporta todo o trabalho a ser desenvolvido na unidade.
As melhorias serão iniciadas em 2018, inclusive começando a desenvolver um trabalho na área da permacultura, com técnicas regionais de construção sustentável. O fundão conta com uma área de 97 hectares.
O chefe da APA Araripe e ICMbio, Paulo Meier, destacou em sua fala o processo de gestão das unidades e como poderá ser desenvolvido, de forma compartilhada. Ele ressalta que o mais interessante é que ocorra o gerenciamento público desses espaços e destacou instituições que podem desempenhar esse trabalho.