Professores do Centro de Artes realizam defesas de teses de doutorado

4 de julho de 2017 - 11:52

Na próxima sexta-feira (07/07) quatro professores do Centro de Artes Violeta Arraes Gervaseau da URCA realizam defesa de tese de doutoramento por meio do programa de Doutorado Interinstitucional URCA/UFMG. São eles: Marcos Aurélio Moreira Franco, Ana Cláudia Lopes Assunção, Cecília Maria de Araújo Ferreira e Rubens Venâncio.

As defesas ocorrerão na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) a partir das 14h. Confira abaixo os temas, com descrição do assunto e locais das defesas.

Marcos Aurélio Moreira Franco

A FORMAÇÃO ARTÍSTICA DE PROFESSORES DE ARTES VISUAIS: PERCURSOS, EXPERIÊNCIAS E IMPLICAÇÕES NA CONSOLIDAÇÃO DO SABER-FAZER DOCENTE

Nesta tese é analisada a formação artístico-cultural de professores que atuam no ensino de Artes Visuais do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental no Cariri cearense, bem como a relação existente entre o saber e o fazer docente. Com foco na formação e constituição do repertório artístico de professores, foram identificados elementos, fontes, percursos e experiências, buscando esclarecer as possíveis influências do repertório artístico do professor na configuração do seu saber-fazer docente em Artes Visuais. O trabalho de campo foi feito nas cidades de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha, que constituem a região metropolitana do Cariri cearense, espaço geográfico apontado por historiadores e folcloristas como representativo da arte e da cultura regional. Como metodologia de pesquisa, foram feitas a análise de documentos, a realização e a análise de entrevistas, por estas permitirem o diálogo e a obtenção de declarações tanto de docentes quanto de pessoas que integram lugares e práticas indicadas como elementos formativos em Arte, ou seja, as organizações e instituições artísticas e culturais presentes na região do Cariri cearense, atentando para seus conteúdos e práticas artístico- culturais. Como resultados constatou-se que a formação artístico-cultural dos docentes em Artes Visuais não advém de uma única fonte e não se dá unicamente nos espaços considerados institucionais, mas caracteriza-se como uma construção abrangente que, enquanto processo, concretiza-se mediante a constituição de saberes advindos das experiências que o docente vivencia ao longo de suas relações com outros sujeitos, grupos, práticas sociais, instituições e organizações formais e informais. Ademais, o reconhecimento do conteúdo dessa formação pode ser assumido como ponto de partida para a continuidade do processo formativo no âmbito acadêmico, contribuindo para a superação de interpretações que tendem a relacionar a formação docente ao sentido de qualificação profissional. Espera-se que os resultados obtidos suscitem discussões acerca do diálogo que tem se estabelecido entre o currículo dos cursos de Licenciatura em Artes Visuais e os saberes advindos desse percurso.

Comissão Examinadora

Prof. Lucia Gouvea Pimentel (Universidade Federal de Minas Gerais)

Prof. Juliana Gouthier Macedo (UFMG) Prof. Bernardo Jefferson de Oliveira (UFMG)

Prof. Leda Maria de Barros Guimaraes (Universidade Federal de Goias – UFG)

Prof. Sislândia Maria Ferreira Brito (Universidade Regional do Cariri)

Prof. Fabrício Andrade Pereira (Universidade do Estado de Minas Gerais) – suplente

Prof. Geraldo Freire Loyola (Universidade Federal de Minas Gerais) – suplente

Data: 07 de julho de 2017

Local: EBA/UFMG

Sala: 2005

Horário: 14:00h

Ana Cláudia Lopes de Assunção

Memórias afetivas, processos de vida: Assunção Gonçalves, artista e educadora do Cariri cearense

Esta tese aborda a artista Assunção Gonçalves (1916-2013), oriunda da região do Cariri cearense e do processo de criação desenvolvido a partir da análise dos materiais e técnicas explorados pela artista e de suas contribuições no ensino/aprendizagem na sala de aula. Na análise das obras buscou-se identificar seu processo de criação e suas relações com a cultura local, tendo como foco desse processo a trajetória de vida da artista e as conexões com sua produção, reconhecendo seu estilo, temáticas abordadas, técnicas e materiais explorados. Tratou-se de identificar quais as influências que a pintura de Assunção Gonçalves exerce sobre a cultura local e de que forma a artista organizou e sistematizou suas ideias e seus questionamentos para realizar suas pinturas. Além de suas pinturas, a artista é reconhecida como guardiã da memória da cidade de Juazeiro do Norte e como Mestre da Cultura, pela execução de suas rendas e seus bolos confeitados, tendo recebido várias homenagens. Foram feitos experimentos com materiais e técnicas trabalhados pela artista que resultaram numa produção artística que abrange tanto os questionamentos, os procedimentos e as metodologias da artista quanto da pesquisadora. Foi elaborado uma caderno de processo onde há o registro da pesquisa sobre os materiais e técnicas de pintura. Pretende-se que esta tese dê visibilidade à trajetória de vida de Assunção Gonçalves, como artista e educadora, podendo ser fonte de referência para o ensino/aprendizagem de Arte.

Comissão Examinadora

Prof. Lucia Gouvea Pimentel (Universidade Federal de Minas Gerais)

Prof. Rosvita Kolb Bernardes (Universidade Federal de Minas Gerais)

Prof. Fabio José Rodrigues da Costa (Universidade Regional do CAriri – URCA)

Prof. Leôncio José Gomes Soares (Universidade Federal de Minas Gerais)

Prof. Rejane Galvão Coutinho (Universidade Estadual Paulista) Prof. Juliana Gouthier Macedo (UFMG) – suplente

Prof. Eugênio Paccelli da Silva Horta (Universidade Federal de Minas Gerais) – suplente

Data: 06 de julho de 2017

Local: EBA/UFMG

Sala: 2005

Horário: 14:00h

Cecília Maria de Araújo Ferreira

Processo de encenação como processo de ensino/aprendizagem de teatro: estudo de caso Curso de Licenciatura em Teatro da Universidade Regional do Cariri (URCA)

A tese Processo de encenação como processo de ensino/aprendizagem de teatro: estudo de caso Curso de Licenciatura em Teatro da Universidade Regional do Cariri (URCA) defende que a criação-cênico teatral deve ser prática de ensino na Licenciatura em Teatro pelo viés da encenação. A encenação teatral, com as mudanças ocorridos no século XX e espargidas para as primeiras décadas deste século, imprimiu aos criadores da cena autonomia poética. No advento da encenação a obra teatral estava exclusivamente sobre a égide do encenador, mas com o andar histórico e o desenvolvimento da linguagem da encenação teatral os múltiplos criadores da cena passaram a reivindicar a autoria na obra teatral dentro das suas competências específicas. De um sistema com sentido específico, a encenação passa a ser compreendida como um acontecimento teatral aberto para várias interpretações, cabendo ao espectador ser também cocriador do espetáculo. Esta transformação da encenação, entre outras variantes, é resultado de processos de criação coletiva e colaborativa nos quais os artistas da cena pactuam uma criação em horizontalidade. A linguagem da encenação teatral, nestes moldes, além de ser uma arte autônoma é compreendida como uma arte paradoxal por ser – una, múltipla, compósita e efêmera. A autoria compartilhada da obra teatral gera um processo movido pela revelação/criação/invenção de problemas concernentes aos partícipes do processo. Ao encenador-professor que conduz o processo de ensino/aprendizagem de teatro pela criação cênico teatral é imprescindível a conquista da sua presença ativa no mundo para que possa encorajar os seus estudantes nos atos de revelação/criação/invenção de si mesmos e do mundo que os circunda. O estudo de caso está localizado na prática docente da encenadora- professora, autora desta tese, nas disciplinas Processos de Encenação I, II e III da URCA. As disciplinas abarcam o estudo da linguagem da encenação teatral com ênfase em processos coletivos/colaborativos, em procedimentos práticos-teóricos nos quais os estudantes têm ampla liberdade de escolha procedimental em seus processos de criação. A liberdade está localizada também na formulação de questões/problematizações que são concernentes aos estudantes e que serão materializadas em expressão cênica no formato de montagem teatral. Com os atos de criar e refletir a criação, os estudantes vão construindo suas poéticas de atuação artístico-docentes e desenvolvendo um “saber fazer” e um “saber pensar o fazer”. Para a tese foi criado um questionário para os egressos no qual eles expusessem suas experiências com os processos de encenação tendo como objetivo averiguar se os processos de criação, pelo viés da encenação, reverberavam em suas práticas como artistas-professores-pesquisadores de teatro. A tese defende que é fundamental para a formação do licenciando em teatro.

Comissão Examinadora

Prof. Maurilio Andrade Rocha (UFMG)

Prof. Mariana de Lima e Muniz (UFMG)

Prof. Lucia Gouvea Pimentel (Universidade Federal de Minas Gerais)

Prof. Davi de Oliveira Pinto (UFOP)

Prof. Eugenio Tadeu Pereira (UFMG)

Prof. José Savio Oliveira Araujo (UFRN)

Prof. Monica Medeiros Ribeiro (Universidade Federal de Minas Gerais) – suplente

Prof. Ernani de Castro Maletta (Universidade Federal de Minas Gerais) – suplente

Data: 05 de julho de 2017

Local: EBA/UFMG

Sala: 2007

Horário: 14:00h

Rubens Venâncio

Superfícies imaginadas: fotografia, ruína e iminências no sertão cearense

Busquei com esta pesquisa trabalhar com a memória em suas manifestações poéticas por meio da fotografia, a partir da criação do ensaio fotográfico “iminências”, realizado em três locais do Ceará e composto por duas coleções: “lugar-ruína” e “lugar-memória”. Para tanto, adotei a ideia de “memória-montagem”, bem como um fazer conceitual e artístico que entrelaçasse memória, esquecimento e ruína. Ao mapear particularidades e problemáticas no Baixio das Palmeiras, Baixio do Múquem e Cococi, identifico dois cenários que pautaram a investigação visual e foram assim nomeados: os dois primeiros começam a ser fotografados a partir da ideia de “iminência da desapropriação” e o terceiro da ideia de “iminência do desaparecimento”. O “lugar-memória” (coleção feita em formato digital) são imagens de locais significativos apontados pelos moradores e foi um método para perceber pela via da criação fotográfica-imaginativa a relação com o espaço durante as imposições das desapropriações e o cenário de desaparecimento. O “lugar-ruína” (feito com filme Polaroid grande formato) procurou as iminências. Nesse contexto, propus o que chamei de dobra entre a ruína da fotografia e a ruína da vida. Como, com a narrativa fotográfica e as discussões propostas, surgirá uma tessitura que envolverá indivíduos, memória e ruínas? Como a memória pode surgir como fenômeno pelo trabalho poético da imagem? Como construir lembranças a partir da experiência do esquecimento? Essas questões funcionaram como nortes nessa pesquisa.

Comissão Examinadora

Prof. Carlos Henrique Rezende Falci (UFMG/EBA)

Profa. Patrícia Gomes de Azevedo (UFMG)

Prof. Cesar Geraldo Guimarães (UFMG)

Prof. Maurício Lissovsky (UFRJ)

Prof. Silas José de Paula (UFC)

Prof. Jalver Machado Bethonico (UFMG/EBA) – Suplente

Profa. Anna Karina Castanheira Bartolomeu (UFMG) – Suplente

Data: 28 de junho de 2017

Local: EBA/UFMG

Sala: 2007

Horário: 14:30