Estudantes de Fortaleza fazem imersão na Lira Nordestina e produzem ‘xilo’ através da isogravura

1 de agosto de 2019 - 10:40

Estudantes do Colégio Santa Cecília, de Fortaleza, participaram nesta terça-feira, de oficina na gráfica Lira Nordestina, da Universidade Regional do Cariri (URCA). A atividade faz parte do Projeto Cariri, desenvolvido pelo colégio da Capital há 13 anos, voltado para alunos do ensino fundamental, principalmente da 6ª série, e está ligada às ações de extensão da Universidade, através da Pró-Reitoria de Extensão.

Cerca de 60 estudantes chegaram num voo da Capital por volta das 17 horas de ontem e já foram direto para a gráfica, no Vapt Vupt, vivenciar o momento de imersão junto com os xilógrafos, com orientação do mestre da cultura, José Lourenço, um dos integrantes da gráfica. Ele orientou os alunos a produzirem a xilogravura, mas através da isogravura. Ou seja, os instrumentos cortantes de esculpir letras e formas em madeira, foram substituídos por lápis grafite e isopor, onde os alunos puderam usar a imaginação para produzirem os seus desenhos, que logo depois receberem a tinta gráfica, para a produção da gravura em papel.

Para José Lourenço, uma forma simples, mas que traz o mesmo efeito da xilogravura e que envolve os alunos, do começo ao final da oficina. No final, cada um dos estudantes recebe o seu trabalho com o desenho gravado, em papel, para levar para casa como lembrança.

Antes de iniciar o processo de produção das imagens com os estudantes, José Lourenço leva um pouco da história da gráfica que mais produziu cordéis no Nordeste, sob a direção de José Bernardo da Silva. “A Lira Nordestina tem sido um referencial para diversas instituições, não apenas do Cariri, mas da Capital e de outros estados do País”, afirma a Pró-Reitora de Extensão, Professora Sandra Nancy.

A coordenadora do Projeto Cariri, Professora Silvia Meneses, afirma que começou a vir com grupos de estudantes para o Cariri desde o ano de 2006. São quatro dias que os estudantes permanecem na região, conhecendo diversos pontos, como o Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, a sede do Geopark Araripe, Fundação Casa Grande, a Colina do Horto, entre outros importantes equipamentos. “Uma oportunidade de terem contato com os mestres da cultura. Os meninos da cidade grande não têm. Eles são preparados, para quando forem assistir ao reisado, saberem o que está acontecendo”, afirma.

Os alunos visitam até mesmo o mercado central, para ver as principais características da região, do ponto de vista comercial e cultural do Cariri. “Um momento muito especial e inesquecível na vida dos alunos”, disse a professora Silvia Meneses.

Para a professora, na ocasião em que os alunos têm a oportunidade de conhecer os fósseis e o seu valor para a ciência, como patrimônio da humanidade, e as minas, o valor da conservação, eles passam a ter outra visão desse material científico tão presente no Cariri.