Revista Internacional publica artigo de professores da URCA sobre novo método que desvenda como fósseis se formam
18 de setembro de 2015 - 12:14
A revista Analytical Chemistry, um dos mais renomados e tradicionais periódicos internacionais da área cientifica, publicou esta semana artigo dos professores Drs. Álamo Saraiva e Allysson Pinheiro (URCA), Amauri J. Paula (UFC) e João Herminio da Silva (UFCA), que aborda o uso da microscopia eletrônica de varredura (MEV) para a análise de um fóssil de camarão da Bacia Sedimentar do Araripe do Período Cretáceo. O estudo, considerado um avanço, demonstra uma nova maneira de sondar fósseis para descobrir como esses restos antigos são formados, revelando em maior escala detalhes morfológicos.
Segundo os cientístas o uso do novo método em fósseis gerou imagens que revelaram características morfológicas que não poderiam ser detectadas através de métodos tracicionais. Os detalhes morfológicos de estruturas do camarão foram melhor visualizado nas imagens geradas. Adicionalmente o método também permitiu uma análise tridimensional da peça por interpolação fractal. O espécime de camarão remonta ao período Cretáceo, quando os dinossauros ainda percorriam o planeta. “A técnica fornecida evidência pela primeira vez um processo de fossilização raro ocorrido na Bacia do Araripe. Ele também mostrou que o fóssil ao longo de milhões de anos desenvolveu um padrão fractal característico ainda inexplicado. Tal padrão é presente em flocos de neve, mas também encontrado em estruturas tão grandes como galáxias espirais”, destaca a Revista Analytical Chemistry.
O estudo, de natureza interinstitucional, envolveu a Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Cariri (UFCA), Universidade Regional do Cariri (URCA) e a Universidade Sagrado Coração (USC – Bauru/SP ), tendo à frente da análise dos dados físicos os professores Drs. Amauri J. Paula (UFC), e João Herminio da Silva (UFCA); e no estudo de natureza paleontológica os professores Drs. da URCA, Àlamo Saraiva e Allysson Pinheiro. Também contribuiram com o estudo Naiara C. Oliveira, Olga A. Barros, William Santana, Antônio A. F. Saraiva, Odair P. Ferreira e Paulo T. C. Freire.
Saiba Mais:
A Bacia do Araripe está localizada nas fronteiras geográficas dos estados do Ceará, Piauí, Pernambuco e se estende por cerca de 10000 km. A Bacia do Araripe tem uma variedade de fósseis do Período Cretáceo, incluindo peixes, ostracodes, gastrópodes, tartarugas, crocodilianos, pterossauros e dinossauros e plantas primitiva com flores. Ela apresenta uma diversificada estrutura estratigráfica composta por calcários laminados, arenitos, evaporites, folhelhos, e concreções. Além disso, uma vez que a região detém depósitos de gipsita, calcários e argilas é possível encontrar fósseis produzidos por diversos processos químicos. Em consequência, a partir de uma perspectiva paleontológica, a Bacia do Araripe é considerada um importante depósito geológico não só por causa da diversidade e qualidade das amostras encontradas, mas também por causa da ocorrência destes vários processos de fossilização.