URCA concede título de Doutor Honoris Causa a Fundador da Casa Grande

20 de dezembro de 2018 - 16:44

A Universidade Regional do Cariri (URCA) concedeu nesta quarta-feira (19/12) o título de Doutor Honoris Causa ao Fundador da Casa Grande, Francisco Alemberg de Souza Lima, durante a Sessão Solene do Conselho Universitário da Universidade (CONSUNI), no Teatro Violeta Arraes, na Fundação Casa Grande, em Nova Olinda – CE.

O título foi aprovado pelo Conselho Superior da Universidade (URCA), através de requerimento da professora doutoranda do Curso de História, Fátima de Morais Pinho, quando diretora do Instituto José Marrocos de Pesquisa e Estudos Socioculturais do Cariri (IPESC), em novembro de 2015.

A solenidade contou com a presença do Reitor, Patrício Melo; Vice-Reitor, Lima Júnior; Pró-Reitor de Ensino de Graduação, Egberto Melo; Pró-Reitora de Extensão, Arlene Pessoa; Pró-Reitora de Planejamento, Roberta Piancó; Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa, Allysson Pontes; Diretor do Centro de Estudos Sociais Aplicados, Luís do Nascimento Mota; Discente do Centro de Humanidades, Fernando de Macedo; Discente do Centro de Estudos Sociais Aplicados, José Nilton; professora do Curso de História, Fátima Pinho e cerimonialista, Francy Lobo.

Ao iniciar a sessão, o Reitor convidou para compor a mesa juntamente com o Conselho, o vereador Beto Jeremias, representando o prefeito municipal de Nova Olinda; professor Sérgio Vilaça, Diretor do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens; Renato Fernandes, Secretário de Cultura de Juazeiro do Norte; Ana Lúcia Viana, Secretária do Conselho da URCA; Heloisa Bitú, Coordenadora do Centro de Arqueologia; Fabiana Barbosa, Diretora Presidente da Fundação Casa Grande; Aécio Diniz; Diretor de Conteúdo da Fundação Casa Grande; artesão Espedito Seleiro; Irenice Macedo, representando as mães das crianças que participam do projeto; Tânia Peixoto, amiga; Ana Sewi e Pedro Yã, filhos do outorgado; Vandiza Sousa; e Júlia Gomes, representante das crianças que participam do projeto.

Após, foi lida a resolução, em seguida a professora Fátima Pinho proferiu saudação ao homenageado, relatando a relevância do momento para a Fundação. “Alemberg transformou o que restava de ruínas num local de vivência em gestão cultural para crianças e jovens do sertão, que tem como seus objetivos estatutários, pesquisar, preservar, coletar, juntar em acervo, comunicar, exibir e publicar para fins científicos de estudo e recreação a cultura material e imaterial do homem kariri e de seu ambiente”, afirma.

Durante a Sessão, Alemberg Quindins foi homenageado através de vídeo e saudações. O Reitor Patrício Melo entregou o título, concedido por unanimidade pelo Conselho Superior da URCA, pela relevante atuação na identificação, preservação e divulgação do patrimônio arqueológico da Região do Cariri no âmbito regional, nacional e internacional, que não só vem transformando o território, como levando jovens a aprender e emponderar às pessoas de forma a torná-las donas de seus caminhos.

O homenageado é criador de processos criativos, músico de formação popular, pesquisador autodidata, pintor de arte naif, escritor, comunicador, educador popular, empreendedor social e gestor cultural. Expressa em sua obra um permanente reconhecimento da cultura do povo Kariri.

“Esse título de Doutor Honoris Causa pela Universidade, é um título coletivo, quem tá recebendo é o tanto de gente que fez com que esse trabalho pudesse ser feito, na verdade eu estou sendo representante destas pessoas. Tudo que fazemos na Casa Grande a gente traz para o coletivo” relatou o outorgado, que agradece a todos pela presença e fala sobre a importância da Chapada do Araripe para a Região do Cariri, da Rosiane Lima verde para a Arqueologia e da Violeta Arraes para a expansão do projeto.

O Reitor, Patrício Melo falou sobre a importância do título. “A Universidade é um ambiente conservador que vem desde a idade média, as roupas, as falas, tudo sugere uma formalidade, sugere um saber metodológico, um saber sistemático, só que desde a criação da lei de Diretrizes e bases de 1986, o legislador brasileiro chamou as Universidades e disse que não era possível que a Universidade Viva encerrada nos muros do seu próprio conhecimento acadêmico. A Universidade deve incorporar o saber popular”, disse.

Ainda segundo o Reitor, o outorgado deixou de ser um contador de história para fazer parte da mesma. “Alemberg desenvolve na sua fala uma ética de um morador do sertão, e é uma ética que se expressa pelo modo que se vê o sentimento das pessoas, narra com alegria os feitos realizados, tem otimismo, que é característico do povo nordestino. Portanto vejo sua fala como a construção de uma nova categoria, que é a ética sertaneja que conta a história da sua família”, finaliza.