III Simpósio Nacional sobre Patrimônio e Práticas Culturais

14 de maio de 2019 - 10:20

O III SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE PATRIMÔNIO E PRÁTICAS CULTURAIS: O Cariri como encantamento e territórios de bens culturais é um espaço de aprofundamento de estudos e de valorização da cultura popular, que integram o semiárido brasileiro e atribuem a sua identidade territorial. Tem a sua origem orientada para colaboração da sua salvaguarda, sobretudo dos festejos populares da região, e outros bens que integram a cultura imaterial e a cultura material, representada pelos lugares da memória, tais como os centros históricos nas áreas urbanas dos municípios e da zona rural. A iniciativa do evento, no ano de 2017, deriva do reconhecimento da Festa do Pau da Bandeia de Barbalha, pelo IPHAN, e da necessidade de elaboração de políticas de salvaguarda e tombamentos dos bens culturais da região do Cariri, sul do Estado do Ceará. Ocorre no ambiente acolhedor das cidades de Barbalha, Juazeiro do Norte e Crato, nos dias que antecede a Festa de Santo Antônio de Barbalha, que abre as festas juninas no Nordeste.

Trata-se de uma atividade acadêmica e popular construído no campo da interinstitucionalidade, cujos realizadores e parceiros são representados por instituições históricas das suas ações e se identificam como preservação do patrimônio cultural do semiárido brasileiro. Entre elas, a Universidade Regional do Cariri – URCA, a Escola de Saberes de Barbalha – ESBA, o GeoPark Araripe, a Secretaria de Cultura do Estado do Ceará – SECULT, o Instituto o Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN e o Centro Pró-memória de Barbalha Josafá Magalhães, que realizam simpósio em parceria com culturas instituições identificadas com a salvaguarda da cultura.

A Festa do Pau da Bandeira de Santo Antônio, as Romarias do padre Cícero em Juazeiro do Norte, os irmãos Aniceto, a literatura de cordel, os Caretas do jardim, a Exposição do Crato, as xilogravuras e muitas outras expressões festeiras, Artísticas e religiosas, sinalizam a potencialidade histórico- antropológica do territorial cultural do Cariri cearense. Assim, a abordagem da temática do Simpósio, tem o propósito de recorrer a abordagem de estudos que versam sobre a interatividade da vida com os lugares de vivencia dos mestres de cultura e brincantes, numa perspectiva de entendimento da construção histórica das práticas culturais e da simbologia espacial que demarcam seus territórios.

Nesta projeção, afirmamos que as condições geoambientais do Cariri diferenciadas de outras partes do semiárido, bem como a marca nativa do seu povo demarcado pela cultura popular se constituem pilares da construção do discurso da regionalização do Cariri, bem como do entendimento da identidade histórica e sócio-espacial do Semiárido brasileiro.

A iniciativa, busca reunir pesquisadores, mestres e brincantes, com o mesmo intuito de promoção da cultura do povo sertanejo e a defesa da sua salvaguarda, bem como colaborar com debates e elaboração de documentos, que possam colaborar na elaboração de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento regional sustentável. Um evento de abordagem de temática identificada com estudos do semiárido brasileiro, incluindo as práticas culturais, ganham corpo e expressão nos grupos de brincantes espalhados nas áreas rurais do entorno da Chapada do Araripe e sediados nas áreas urbanas. Entre eles destacam-se as bandas cabaçais, aboios de vaqueiros, reisados, maneiro-paus, cantadoras de incelenças, penitentes, capoeiras, dança do pau de fita, e outros.

Trata-se de saberes secularmente herdado entre gerações, cujos cantos e expressões corporais dialogam com a abstração do mundo pela experiência de vida, trabalho e religiosidade, dos lugares habitados pelos mestres e brincantes e cantadores do sertão. Apreciar e entender o significado afetivo da simbologia dos ritos e ouvir a melodia dos grupos de brincantes se constitui numa das formas de se promover a autoestima e o sentimento de pertencimento do povo que faz da vida a sua própria cultura.

Neste sentido, o Simpósio se reivindica ser um fator de fortalecimento da salvaguarda da cultura imaterial e material sertaneja, promovendo o diálogo entre a materialidade do mundo e a subjetividade, a partir da sua abstração, onde espaço e subjetividade integram a mesma realidade. Onde os espaços vividos são percebidos como cenários das manifestações dos saberes do povo e se constituem cenários onde ocorrem as manifestações dos festejos populares.

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